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domingo, 1 de abril de 2012

Movimento Negro cobra institucionalização de Grupo de Trabalho criado em 2011

Lívia Francez
As entidades representantes do Movimento Negro no Estado assinam nota conjunta em que cobram do governo a legitimidade do Grupo de Trabalho (GT) de Políticas de Promoção da Igualdade Racial criado para discutir a criação de mecanismos que promovam a igualdade racial no Estado. Desde a criação do GT apenas uma reunião foi realizada e nela foi apresentada a criação da Secretaria e do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial.
Depois de mais de 90 dias da realização da primeira reunião, ainda não há resposta do governo sobre as demandas apresentadas e as entidades signatárias da nota decidiram que não se reúnem mais com o governo até que a criação do GT seja oficializada por meio de decreto, garantindo a legitimidade do grupo. A decisão foi tomada depois de seguidas remarcações de reuniões do governo com o movimento.
De acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 57% da população capixaba se declara negra ou parda, o que é considerado um aumento de consciência, já que o critério usado pela pesquisa do Censo é a autodeclaração. Ainda assim, durante o período do governo Paulo Hartung (PMDB) não houve nenhuma ação para a criação de leis que garantissem a igualdade racial no Estado.
Durante a campanha ao governo do Estado, em 2010, o então candidato Renato Casagrande (PSB) solicitou ao Movimento Negro que estabelecesse um conjunto de propostas para a promoção da igualdade racial e foi apresentado o Plano Estadual para Promoção da Igualdade Racial, com o compromisso do então candidato em implementá-lo. No entanto, somente depois de quase um ano de mandato, já em 2011, o Movimento Negro foi recebido pelo governador eleito e então foi criado o GT.
Em fevereiro deste ano houve uma solicitação formal ao governados para explicar a necessidade de adoção de políticas de enfrentamento e desconstrução do racismo, que ainda persiste e desestrutura a sociedade. Para as entidades que compõem o Movimento Negro essa adoção de medidas está prevista na Lei Estadual 7.723/04, que nunca foi implementada e em leis federais, como por exemplo a 10.639/03 e a recente 12.288/11, que engloba o Estatuto da Igualdade Racial. Mesmo com as solicitações e tentativas de reunião, as respostas não foram favoráveis ao Movimento Negro, que optaram por não se reunir com o governo até a legitimação da criação do GT.


Pesquisa: Katiane Fabres Cunha

Postado por Katiane Fabres Cunha

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