No Piauí, cerca de 3,5 mil trabalhadoras rurais participaram, em Teresina, da Marcha das Margaridas. Elas cobraram mais investimentos no campo, principalmente na área da saúde.
O município de José de Freitas fica a 46 quilômetros de Teresina, na região norte do Piauí. Cinquenta e duas mulheres do lugar integram a Associação das Produtoras Rurais. O grupo trabalha na produção de verduras, legumes, pães, bolos e polpas de frutas. O faturamento mensal com os produtos chega a R$ 20 mil. O dinheiro que é dividido entre os integrantes do grupo.
O grupo pretende expandir os negócios, mas faltam recursos para novos investimentos. “O nosso objetivo é buscar melhorar essa situação e desenvolver a agricultura familiar”, diz a agricultora Ana Silva.
Na luta por melhorias, as produtoras rurais de José de Freitas foram a Teresina para participar da Marcha das Margaridas.
O nome da marcha é uma homenagem à agricultora paraibana Margarida Maria Alves, assassinada em agosto de 1983. Com o protesto, as mulheres pedem justiça, dignidade e mais trabalho no campo.
As trabalhadoras rurais se concentraram na frente da Assembleia Legislativa do Piauí. Eram caravanas de 90 municípios.
O protesto terminou no Palácio de Karnak, sede do governo estadual. As agricultoras entregaram um documento com a pauta de reivindicações.
“Quem mais sofre e quem mais morre no estado do Piauí é a trabalhadora rural. O eixo da pauta é a saúde pública para as mulheres”, explicou a agricultora Francisca Carvalho.
Em resposta às reivindicações, o governo do Piauí informou que a atenção básica de saúde é de responsabilidade dos municípios e que para os casos mais graves há o suporte das unidades regionais de saúde.